• seg. abr 29th, 2024
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Foi-se o tempo em que os cientistas pensavam
que pegaríamos covid só uma vez na vida.  Hoje, se sabe que a reinfecção está cada
vez mais comum e, em casos raros,   pode até acontecer com intervalo de poucos dias.  Sou André Biernath, da BBC News Brasil em
Londres, e neste vídeo vou falar sobre a   duração da imunidade após ter covid e como
ficar mais protegido de uma reinfecção.  Primeiro, precisamos entender como funciona
o sistema imune durante uma infecção viral.  Tudo começa quando um vírus invade o
corpo e usa nossas próprias células   para criar novas cópias de si mesmo.
Esse processo anormal chama a atenção das   unidades de defesa, que iniciam um contra-ataque.
Esse trabalho envolve um verdadeiro batalhão   de células. Dentre elas, as duas mais
importantes são os linfócitos T e B.  O professor de imunologia Antonio Condino Neto,
da USP, me explicou que os linfócitos T têm   a função de coordenar a resposta imune.

Eles
identificam as células infectadas e as matam.  Já os linfócitos B produzem os anticorpos
específicos, uma espécie de “antídoto   personalizado” que gruda e inativa os vírus.
Se todo esse trabalho for bem sucedido,   a infecção é controlada e os vírus são
completamente eliminados do organismo.  E isso gera um tipo de aprendizado ao sistema
imunológico. Por um tempo, as células de defesa   em circulação sabem como agir caso o vírus
em questão resolva tentar uma nova invasão.  Ah, e claro, um mecanismo de proteção
parecido acontece durante a vacinação — nela,   as células imunes são “treinadas” sem
que o corpo sofra com uma infecção.  Mas daí vem uma questão importante: por
quanto tempo essa imunidade se mantém?  A resposta varia muito de acordo com
o vírus e as características dele.  De um lado, existem doenças como sarampo ou
rubéola, que geralmente só temos no máximo uma vez   na vida e acabou. Do outro, temos gripe, covid e
resfriados, que podemos pegar por diversas vezes.  Um dos principais fatores tem a ver com
as próprias características do vírus   e a interação dele com nosso organismo.

Existe uma parcela de vírus que é estável   e permanece praticamente igual
ao longo de décadas ou séculos.  Isso é uma boa notícia para o sistema
imune, que consegue reconhecer o vírus e   resgata as instruções de como combatê-lo,
graças a uma infecção prévia ou à vacinação.  Agora, imagina o cenário oposto, quando os
vírus circulam com muita rapidez e são uma   verdadeira metamorfose ambulante.
Esse é o caso do Sars-CoV-2,   o coronavírus responsável pela pandemia atual:
ele sofre mutações genéticas a todo o momento,   conforme é transmitido de pessoa para pessoa.
Se essas alterações significarem vantagens   ao vírus — como a maior facilidade para
infectar as células ou a capacidade de   driblar a resposta imune — elas vão prosperar.

É assim que surgem as variantes de preocupação.   Essas novas versões do vírus ganham
terreno e estão por trás de novas   ondas de casos, hospitalizações e mortes.
Ao longo dos últimos dois anos e meio,   vimos isso acontecer ao menos cinco vezes, com
as variantes alfa, beta, gama, delta e ômicron.  E mais recentemente, o aparecimento de
subvariantes da ômicron, como a BA.2 e a BA.5,   acelerou e aprofundou ainda mais esse processo.
Todas essas linhagens carregam mudanças nos genes   que apareciam no vírus, entre aspas, “original”,
detectado pela primeira vez em janeiro de 2020.  Para as nossas defesas, esse fato
representa uma péssima notícia:   a resposta imune obtida por uma infecção prévia
ou vacinação fica cada vez mais desatualizada.  Com o passar do tempo — e o surgimento de
novas variantes — o resultado do trabalho dos   linfócitos B torna-se cada vez menos efetivo.

Isso porque os anticorpos que eles fabricam   são montados especificamente para
neutralizar o causador da primeira   infecção — ou estão alinhados à formulação
original da vacina, que carrega instruções   para combater as versões mais antigas do vírus.
Ou seja: se uma variante que tenta invadir o corpo   apresenta mudanças na estrutura, os anticorpos
não conseguem mais agir como se esperava.  E toda essa explicação ajuda a entender o que está
acontecendo agora. Linhagens como a BA.2 e a BA.5   apresentam uma capacidade ainda maior de infectar
nossas células e de escapar da imunidade prévia.  E isso torna os quadros de reinfecção cada
vez mais frequentes e com janelas curtas.   Como falamos, existe uma incompatibilidade entre
o vírus que nosso sistema imune reconhece e as   versões dele que estão circulando agora.
Uma pesquisa feita pelo Instituto de   Sorologia da Dinamarca, que não foi publicada
em nenhum jornal especializado, se tornou uma   das primeiras a chamar a atenção para o fato de
que uma reinfecção com a variante BA.2 poderia   acontecer pouco tempo depois de a pessoa ter
sido afetada pela BA.1, a ômicron “original”.  No artigo, os pesquisadores descrevem casos
raros de pessoas que tiveram um segundo   quadro de covid pela BA.2 cerca de 20 dias
depois de testarem positivo com a BA.1.

Que fique claro: pelo que se sabe até o momento,
casos como esses, em que a covid se repete   em poucos dias, são atípicos. A tendência é
que a imunidade dure ao menos alguns meses.  Uma pesquisa feita nas universidades
Yale e Temple, nos Estados Unidos,   estimou que a reinfecção pelo coronavírus
possa ocorrer numa janela de tempo que   varia de três meses a até cinco anos.
Vale destacar que o estudo foi publicado   em dezembro de 2021, antes do espalhamento
da ômicron e suas subvariantes, que podem   ter interferido nessa janela de imunidade.
Enquanto a ciência ainda tenta encaixar todas as   peças desse quebra-cabeças, há um consenso maior
de que o coronavírus está sempre se modificando   para passar despercebido pelo sistema imunológico.
Um estudo recente feito no Imperial College de   Londres, no Reino Unido, revelou que
pessoas infectadas com a ômicron têm   uma resposta imune mais fraca e com pouca
capacidade de evitar novos quadros de covid,   mesmo entre aquelas que já tinham pegado a doença
no passado e estavam vacinadas com três doses.  Os especialistas chegaram a classificar
as subvariantes que estão em circulação   como “furtivas”, pela capacidade delas de
agir às escondidas das células de defesa.  A investigação mostrou que essas novas versões
virais não deixam uma “marca” nas células de   defesa. Assim, elas não se lembram muito
bem como combater o vírus dali em diante.

Mas ao menos uma coisa continua a
funcionar bem na maioria das vezes:   a proteção das vacinas contra complicações,
hospitalizações e mortes relacionadas à covid.  Essa proteção acontece por causa da ativação
da memória do sistema imunológico e da   ação de células como os linfócitos T.
Em termos práticos, o coronavírus até   consegue entrar no organismo e driblar
os anticorpos num primeiro estágio.  Mas logo entra em cena o batalhão de células
imunes comandadas pelos linfócitos T,   que controlam a situação e impedem que
o vírus cause sintomas mais graves.  Por isso, mesmo que a ômicron esteja por trás de
recordes de casos de covid, as hospitalizações   e as mortes não subiram na mesma proporção.
E mesmo naquelas pessoas que estão testando   positivo pela segunda ou até terceira vez, a
tendência é que o quadro seja bem mais leve,   com sintomas que costumam lembrar um resfriado
comum, como coriza, tosse e dor de garganta.  Por isso, é muito importante que as pessoas
estejam com o esquema vacinal em dia.

Segundo o portal CoronavirusBra, apenas 51% da
população brasileira tomou a terceira dose de   vacina, que é considerada primordial para ampliar
a proteção contra as formas mais graves da covid.  Além da vacinação, o imunologista Luiz Vicente
Rizzo, do Hospital Israelita Albert Einstein,   me disse que não podemos baixar a guarda
com as outras medidas preventivas.

Ou seja, uso de máscaras de boa qualidade
em lugares fechados e com muita gente. Vale   também restringir o contato com pessoas se
você estiver com sintomas típicos de covid,   como tosse, espirros, nariz escorrendo e febre.
Esse pacote de cuidados evita as reinfecções,   ou ao menos tem o potencial
de tornar a covid menos grave.  Bom, com isso eu fico por aqui e espero
que você tenha gostado desse vídeo.  Não esqueça de seguir a BBC News Brasil
nas redes sociais pra ficar por dentro   de tudo que a gente publica. Um
abraço, se cuida e até a próxima.

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